domingo, 8 de junho de 2014

Esperança magra de vida com gordura a mais



Então não é que agora um estudo revela que à medida que envelhecemos devemos ganhar um pouco de peso, pois aumenta a esperança de vida? E que vive mais quem beber moderadamente (um ou dois copitos de) bebidas alcoólicas, seja de que tipo for?
Por acaso não soube disto através do Facebook, mas podia ter sido. Foi através do programa da CBS 60 minutos (estudo 90 +, "Living to 90 and beyond")

Já li que para que uma coisa se torne verdade (qualquer coisa!) basta dizer "um estudo diz que...". Este sobre a ligação entre o álcool e a longevidade tem a efemeridade de qualquer verdade científica: fica obsoleta assim que sai cá para fora. Essa é ao mesmo tempo a sua fraqueza mas também o seu ponto forte, porque nos mostra que a verdade (ou as verdades) sobre a vida ou sobre a natureza é como qualquer um dos personagens do X-men. Tem um poder sobrenatural e em constante mutação. Como o vírus da gripe. Ou qualquer 'bom' vírus que se preze.

Não sei se beber um copito ou dois por dia fará com que eu viva mais um ou dois anos, mais uma década ou duas. Se assim for muito boa gente que eu conheço viverá até muito depois dos 100 anos. Dos 120, talvez. Seja como for, uma coisa é certa: quem bebe um copito ou mais - ou um copito a mais - seja em que dia for, não precisa viver muito mais porque já está a viver a vida em pleno. Na sua plenitude de vida, pelo menos.
Just In case, vou beber moderadamente. Até porque não me apetece que seja de outra forma.
Quanto ao peso... Bem, eu estou a tentar fazer a minha parte, ganhando mais uns quilitos. Mas não para ganhar mais ou menos anos de vida. Apenas para me sentir bem (ou melhor) na minha pele.



Primeiro a serra semeada terra a terra Nas vertentes da promessa Nas vertentes da promessa Depois o verde que se ganha ou que se perde Quando a chuva cai depressa Quando a chuva cai depressa 
E nasce o fruto quantas vezes diminuto Como as uvas da alegria Como as uvas da alegria E na vindima vão as cestas até cima Com o pão de cada dia Com o pão de cada dia 
Suor do rosto pra pisar e ver o mosto Nos lagares do bom caminho Nos lagares do bom caminho Assim cuidado faz-se o sonho e fermentado Generoso como o vinho Generoso como o vinho  
E pelo rio vai dourado o nosso brio Nos rabelos duma vida Nos rabelos duma vida E para o mundo vão garrafas cá do fundo De uma gente envaidecida De uma gente envaidecida  
Vinho do Porto Vinho de Portugal E vai à nossa À nossa beira mar À beira Porto À vinho Porto mar Há-de haver Porto Para o nosso mar  
Vinho do Porto Vinho de Portugal E vai à nossa À nossa beira mar À beira Porto À vinho Porto mar Há-de haver Porto Para o desconforto Para o que anda torto Neste navegar  
Por isso há festa não há gente como esta Quando a vida nos empresta uns foguetes de ilusão Vem a fanfarra e os míudos, a algazarra Vai-se o povo que se agarra pra passar a procissão E são atletas, corredores de bicicletas E palavras indiscretas na boca de algum rapaz E as barracas mais os cortes nas casacas Os conjuntos, as ressacas e outro brinde que se faz  
Vinho do Porto vou servi-lo neste cálice Alicerce da amizade em Portugal É o conforto de um amor tomado aos tragos Que trazemos por vontade em Portugal  
Se nós quisermos entornar a pequenez Se nós soubermos ser amigos desta vez Não há champanhe que nos ganhe Nem ninguém que nos apanhe Porque o vinho é português
Vinho do porto (Festival da Canção, 1983), de Carlos Paião

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