Quando o título de um livro é bom, ele consegue representar tudo aquilo que se encontra no seu interior. Se por um lado dá vontade de o ler, por outro já disse quase tudo e faz com que cada um de nós o preencha com as nossas próprias palavras. Que é como quem diz, a nossa própria vida.
Um 'bom' título é a sinopse da sinopse do livro. É como o teaser, daqueles que mostram as melhores cenas do filme e que nos faz pensar: pronto, a melhor parte já vimos. Valerá a pena gramar com os 90 e tal minutos? Bem, mas os bons filmes, como os bons livros, só nos espicassam a curiosidade. Tal como as cenas das novelas que já sabemos pelas páginas (ou pelas capas) das revistas da 'especialidade', nós queremos é ver como realmente a cena acontecerá na trama. É essa a magia da narrativa literária, cinematográfica ou televisiva.
Perante título, o leitor cria automaticamente uma expetativa. Não só com os títulos bons. O contrário também pode acontecer e, como em quase tudo, tem os seus pontos positivos e negativos. No caso do título bom é que a expetativa sobre o conteúdo é elevada e pode sair frustrada. Mas melhor do que o folhear é, sobretudo - já que se está com a massa literária na mão - ler.
Ao entrar no autocarro reparo na capa do livro que um senhor literalmente 'anda a ler'.
Chama-me a atenção o título inspirador:
Nunca te distraias da vida
Está tudo dito ou vai-se dizendo. Eu, curioso sobre o conteúdo daquele, enquanto o não leio vou escrevendo a minha vida de acordo com o que o seu título me sugere e aconselha.
Espreitei por cima do ombro do homem do lugar da frente que o estava a ler e consegui ler um subtítulo: Recomeçar sem medo.
Muitos medos nascem da ignorância.
Como diz o ditado:
Quem tem medo... Lê um livro.
"Der Buchdruck" ("A moderna impressão de livros"), em frente da Universidade Humboldt (Berlim)
Escultura de 17 livros empilhados, com cerca de 12 metros de altura que celebra Joahnnes Gutenberg o criador da imprensa. Os escritores selecionados foram (de cima para baixo): Günther Grass, Hannah Arendt, Heinrich Heine, Lutero, Kant, Anna Seghers, Hegel, Irmãos Grimm, Marx, Heinrich Böll, Schiller, Lessing, Hermann Hesse, Theodor Fontane, Thomas Mann, Brecht e Goethe.
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