quarta-feira, 4 de junho de 2014

Feiras de títulos para quem tem medo



Quando o título de um livro é bom, ele consegue representar tudo aquilo que se encontra no seu interior. Se por um lado dá vontade de o ler, por outro já disse quase tudo e faz com que cada um de nós o preencha com as nossas próprias palavras. Que é como quem diz, a nossa própria vida.

Um 'bom' título é a sinopse da sinopse do livro. É como o teaser, daqueles que mostram as melhores cenas do filme e que nos faz pensar: pronto, a melhor parte já vimos. Valerá a pena gramar com os 90 e tal minutos? Bem, mas os bons filmes, como os bons livros, só nos espicassam a curiosidade. Tal como as cenas das novelas que já sabemos pelas páginas (ou pelas capas) das revistas da 'especialidade', nós queremos é ver como realmente a cena acontecerá na trama. É essa a magia da narrativa literária, cinematográfica ou televisiva.

Perante título, o leitor cria automaticamente uma expetativa. Não só com os títulos bons. O contrário também pode acontecer e, como em quase tudo, tem os seus pontos positivos e negativos. No caso do título bom é que a expetativa sobre o conteúdo é elevada e pode sair frustrada. Mas melhor do que o folhear é, sobretudo - já que se está com a massa literária na mão - ler.

Ao entrar no autocarro reparo na capa do livro que um senhor literalmente 'anda a ler'.
Chama-me a atenção o título inspirador:
Nunca te distraias da vida
Está tudo dito ou vai-se dizendo. Eu, curioso sobre o conteúdo daquele, enquanto o não leio vou escrevendo a minha vida de acordo com o que o seu título me sugere e aconselha.
Espreitei por cima do ombro do homem do lugar da frente que o estava a ler e consegui ler um subtítulo: Recomeçar sem medo.

Muitos medos nascem da ignorância.
Como diz o ditado:
Quem tem medo... Lê um livro.


Notas à imagem:
 "Der  Buchdruck" ("A moderna impressão de livros"), em frente da Universidade Humboldt (Berlim)
Escultura de 17 livros empilhados, com cerca de 12 metros de altura que celebra Joahnnes Gutenberg o criador da imprensa. Os escritores selecionados foram (de cima para baixo): Günther Grass, Hannah Arendt, Heinrich Heine, Lutero, Kant, Anna Seghers, Hegel, Irmãos Grimm, Marx, Heinrich Böll, Schiller, Lessing, Hermann Hesse, Theodor Fontane, Thomas Mann, Brecht e Goethe.

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