segunda-feira, 16 de junho de 2014

(Somos) Os mais belos feios do mundo



Chamam-nos tanta coisa e nada:
Gordos, Magros, Pretos, Brancos,
Gays, Lésbicas, Heteros, Bi, tris... Oui?
Divorciados, Mal amados,
Chineses, Malteses,
Totós, Chiribitatatatas, Urras, urras,
Feios, Mal feitos, Desengonçados,
Caixas de óculos, 
Isto, Aquilo, Aqueloutro,
Serão eles alguns doutos?

Chamam-nos tanta coisa errada!
Não sou gordo branco maltês
Nem magro preto ou true blue
Não sou aquilo que se vê
Não sou aqueloutro em quem não crês
Nem de binóculos o verias
Nem de microscópio
Nem de macroscópio
Nem de telescópio 
Nem de endoscópio
O sentirias.

Gente que devia estar calada,
Que deve ter alguma coisa entalada,
Um parafuso ou uma porca mal oleada.
Nesta coisa da definição,
O problema vem de antemão.
Salta à vista o erro crasso,
E eu tudo temo e... 
O que é que faço?

(Jorge Augusto)

———
Somos as coisas que moram dentro de nós. Por isso há pessoas que são bonitas. Não pela cara, mas pela exuberância do seu mundo interno. Há a estória da linda princesinha que foi enfeitiçada e, sempre que abria a boca, dela só saíam cobras, sapos e lagartos. Algumas pessoas, quando falam, delas sai um arco-íris.
(Rubem Alves, Do Universo à jabuticaba)
People are all the same / And we only get judged by what we do / Personality reflects name / And if I'm ugly then / So are you / So are you
Ugly, Sugababes
You are beautiful no matter what they say / Words can't bring you down, oh no / You are beautiful in every single way / Yes, words can't bring you down, oh no / So don't you bring me down today 
BeautifulChristina Aguilera 

 The Ugly Duchess (1525-1530), de Quentin Massys

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