sexta-feira, 11 de julho de 2014

A moda sem pisca pisca


Eu tinha que fazer um trocadilho com aquela música: e pimba!

Todos já nos devemos ter cruzado com aquele automobilista que não faz pisca. Mas também, quem nunca se esqueceu deste procedimento, que atire a primeira pedra. 
Quem já foi vítima deste tipo de condução, sabe quais são os comentários mais usados nesta situação, que aliás devem vir numa espécie de anexo ao manual das aulas de código:
Do "não tens pisca" ao "um carro tão bom e não tiveram dinheiro para o pisca.... Deve ser um extra."
Atenção: o tom deve ser sarcástico.

Há que dar o desconto: pode acontecer a qualquer um. É uma distração como outras, na estrada, infelizmente. A maior parte das vezes sem consequências, felizmente. 
Mas pode ser fácil identificar aqueles condutores que fazem desse esquecimento um propositado estilo de vida, quem sabe com algum orgulho à mistura:
- Ó pra mim, a mudar de faixa e a colocar-me, algumas vezes perigosamente à tua frente, não me importando com o que penses ou se tiveste de guinar por minha causa. Sou um herói do asfalto!
Ah pois é, bebé!

O último deste tipo que me aconteceu, fê-lo com este despudor. Apitei. Coisa que não se deve fazer com muita frequência, apenas quando a situação o exige, ou para chamar à atenção dos distraídos, ou porque o carro não veio com auto-rádio, ou porque gostava muito de ser músico e esta é a única forma que tenho de a fazer. O apito seguiu-se do sinal com a mãos, da praxe (não, não foi esse..., foi aquele com os dedinhos da mão esticadinhos, a abrir e a fechar). Mas afinal quem é que instituiu este movimento das mãos, que eu só costumava associar à música dos "passarinhos a bailar, quando acabam de nascer..."?

Bom, o senhor (nesta altura eu ainda pensava que era um senhor e que se tinha esquecido de fazer o pisca desta vez) fez questão de parar - ele que bruscamente se atravessou à minha frente, como quem diz "estou cheio de pressa" - e com movimentos corporais ameaçadores fazia uma mímica que parecia dizer
- Para ali à frente pra falarmos.
Claro que com este senhor só me apetecia era falar!
Mas as minhas suspeitas, de que este era nele um comportamento normal, confirmaram-se quando notei que ele continuava a falar ao telemóvel. Já desconfiava, quando passou por mim e se tinha colocado à minha frente. E agora continuava com o telemóvel encostado à orelha, dando continuidade ao despudor.

Será que estava a ligar para a companhia de seguros a queixar-se da minha boa condução, ou para a oficina a marcar a colocação de uns piscas no carro?

Este post 'pisca' o olho a todos aqueles que sabem do que falo.

Se gostaram deste post, e vos soube a pouco, sugiro que leiam um blog com As cinco razões para não usar os piscas. Não é de minha autoria. Mas acho que levou de mim emprestada alguma ironia.

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