domingo, 18 de maio de 2014

Memórias #3 - Quatro à pendura


Esta memória eu não recordo muito bem, mas diz que quando eu era pequeno o meu pai tinha uma mota e que nela viajávamos os quatro: pai, mãe, eu e a mana, mais pequenina do que eu. 
Quem é que disse não ser possível colocar o Rossio na rua da Betesga? Então se era possível viajarem dois adultos e duas criança num motociclo! Aliás, a família sempre foi dada a estes curiosas viagens. Bem mais tarde chegamos a viajar os quatro com mais uns tios e um primo num Mini! 
A necessidade aguçava mesmo o engenho, principalmente quando os engenhos não tinham o tamanho mais adequado, neste caso aos agregados ou às aventuras familiares. 
Agora, já adulto, o meu pai tem uma (outra) mota.  Não será tão especial como a mota em que a família chegou a andar toda de uma vez, mas terá a magia que tiveram todos os velocípedes que o meu pai teve. Cada uma à sua maneira. O mais importante é que o meu pai e a sua principal pendura - a minha mãe - agora, como nos tempos de namoro, ainda em Angola, continuam a ser os principais companheiros. Seja em que meio de transporte for. São estas, as últimas memórias, que fazem mais sentido à vida que ainda se vive. Como o reduzido espaço numa lambreta ou num t0, há sempre espaço para mais uma!

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